Como encontrar o meu propósito de vida?
Como descobrir a minha vocação para viver e trabalhar de acordo com ela?
Como saber qual caminho seguir?
Essas são algumas das perguntas mais comuns que recebemos no Mude.vc.
Normal. Todos nós temos um desejo natural de sentido, uma vontade de descobrir nosso propósito de vida.
Isso parece estar gravado em nossa natureza humana: somos os únicos animais preocupados com o sentido da existência.
Mas por que tanta gente não consegue encontrar esse tão desejado propósito de vida mesmo, com tantas leituras e esforços?
É isso o que veremos no texto de hoje, que irá analisar:
- Por que é um erro buscar intelectualmente seu propósito de vida
- O que significa ter um propósito
- Como encontrar o seu caminho de vida de uma maneira pouco usual
- O que aconteceria se você servisse o seu próprio gênio?
Vamos começar logo vendo um erro fundamental nessa busca por propósito.
Por que é um erro buscar intelectualmente seu propósito de vida
Você já teve a sensação de que, quanto mais lê sobre propósito, vocação e temas relacionados na área de desenvolvimento pessoal, mais se distancia do que considera ser sua vida ideal?
Será que você está cometendo algum erro nessa busca?
Acreditamos que sim.
O erro está na ideia romântica e imatura sobre o que seria um “propósito de vida”.
E esse é o erro fundamental de grande parte das pessoas que empreende essa busca por um propósito maior.
O que significa ter um propósito
Se você procura seu propósito de vida em artigos como este, você parece ter sido mais uma vítima da ideia de que um propósito de vida pode ser encontrado através da leitura ou da mera atividade intelectual.
Não pode.
Por meio da leitura e do estudo é possível ter um vislumbre, um insight acerca do seu propósito.
Mas a confirmação deste propósito só pode acontecer na vida real, no meio das atividades práticas do dia-a-dia.
É que um propósito de vida não é uma ideia, uma abstração, um conteúdo teórico ou discurso verbal que basta a si mesmo e nos dá a certeza que desejamos sobre o que devemos fazer.
O objetivo de quem busca um propósito não é ter prazer na contemplação de uma ideia, mas colocar as próprias mãos em algo que a faça esquecer suas dores e problemas e a encha de alegria e satisfação.
Propósito é atividade
Muita gente atualmente chama esse algo de estado de flow.
E esse ‘algo’ é uma atividade real, prática, um ato que envolve mente, corpo e espírito – é jogar futebol, escrever, correr, tocar um empreendimento, ensinar, tratar os doentes etc.
Para descobrir um propósito é preciso ir à campo. Não adianta ficar lendo, lendo e lendo.
É preciso que o que lemos e descobrimos com a leitura ultrapasse os limites da página e alcance o mundo real, aquele mundo repleto de desafios, problemas, pessoas e tudo mais.
A descoberta de um propósito de vida requer ação, experimentação, tentativas estratégicas.
É no mundo real – e só nele! – que recebemos a confirmação ou negação do propósito que pensamos.
Eis o erro fundamental na busca por um caminho de vida: fechar-se em leituras e pensamentos e nunca experimentar as coisas com as próprias mãos.
A atividade reflexiva é importante para a descoberta do nosso propósito, mas é indispensável entrar no campo prático.
Se não entrarmos no campo prático, jamais saberemos se o nosso propósito de vida é real ou apenas uma ilusão – e voltaremos a sofrer a angústia da dúvida.
Vamos ver então como encontrar o seu propósito de vida de uma maneira pouco convencional.
Como encontrar o seu caminho de vida de uma maneira pouco usual
Existem diversos métodos, técnicas e estratégias para ajudar você a descobrir o seu propósito de vida.
Aqui vamos dar uma sugestão pouco usual.
Ela consiste em você observar a maneira pela qual os seus grandes ídolos descobriram seus caminhos de vida.
Você sabe como se desenrolou a vida dos seus ídolos, das pessoas que você admira?
Como essas pessoas descobriram que deveriam fazer a atividade pela qual se tornaram reconhecidas?
A sugestão é que você liste as pessoas que mais admira. E procure saber em detalhes como elas encontraram suas verdadeiras vocações.
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Quero receber a aulaFaça uma lista eclética. Tanto na atividade (empreendedores, artistas, atletas etc.) quanto no período histórico (contemporâneos, de décadas atrás, de outros séculos).
Depois, vá até o site de alguma grande livraria e faça uma busca para encontrar biografias das personalidades que você listou.
Compre algumas e as leia, procurando entender como foi que essas pessoas descobriram seu propósito de vida.
Você vai se surpreender.
Ao contrário do que costumamos pensar, grande parte das pessoas não sabia o que deveria fazer da vida.
Embora tenhamos a impressão de que essas personalidades são pessoas predestinadas, que já nasceram sabendo seus caminhos, a verdade é que quase nunca isso acontece.
Por isso a dica é: em vez de procurar técnicas, métodos e estratégias que te fazem crer que todo mundo tem um propósito claro e predefinido, busque a verdade na história de pessoas de verdade.
Assim, em vez de ficar mal por não encontrar o seu propósito de vida idílico, romântico e idealizado, fique bem consigo mesmo ao saber que muitas vezes o seu caminho de vida só aparece após muita tentativa e erro, às vezes até por acaso.
O que aconteceria se você servisse o seu próprio gênio?
Antes de me despedir, eu gostaria de alertar você sobre um perigo na técnica acima.
O perigo é você querer emprestar para si o propósito de vida de outra pessoa, mesmo que ele não se adapte aos seus valores pessoais, à sua condição atual ou a uma combinação de ambos.
O filósofo Louis Lavelle definiu esse perigo de maneira genial em seu livro A Consciência de Si:
Toda a infelicidade dos homens vem de que não existe nada mais difícil, para cada um deles, do que discernir seu próprio gênio.
Quase todos o desconhecem, desconfiam dele, são ingratos para com ele. Empenham-se até em destruí-lo para colocar em seu lugar uma personalidade de empréstimo que lhes parece mais espetacular.
Todo o segredo da potência e da alegria consiste em descobrir-se e em ser fiel a si mesmo, tanto nas menores coisas como nas maiores.
Até na santidade, trata-se de realizar-se. Quem desempenha melhor o papel que é o seu, e que não pode ser desempenhado por nenhum outro, é também o mais afinado com a ordem universal: ninguém pode ser mais forte nem mais feliz.
A mensagem aqui é clara: é sua responsabilidade usar o potencial que é só seu. Isso é o que Lavelle chama de servir o seu próprio gênio.
A Sabedoria de reconhecer sua própria missão
Não importa qual seja o seu potencial, você deve ser fiel a ele. Desconsidere as opiniões alheias ou até mesmo a voz interna que queira desviar você do seu caminho de vida.
Como diz o próprio Lavelle, “a sabedoria consiste em reconhecer a missão” que só você é capaz de cumprir.
Colocar em seu lugar um propósito de vida por sugestão de outra pessoa, da pressão do mercado ou de qualquer outro motivo é trair essa sabedoria.
P.S.Se você quer saber como montar um plano de vida que te faça assumir o controle do seu próprio futuro, clique aqui para receber uma aula especial do curso Planejando Sua Vida.
Fiquei agradecido de te ouvir.
Me perturba um dilema cruel:
O propósito vem com a experimentação. Mas experimentar às vezes é tão dispendioso, cansativo, resposta inconclusiva e frustante.
Eu tenho dois pólos em mim. Um diz: “se você não gosta, não é pra ser isso. Se você não sente o flow, então não é esse o caminho”. E outro fala: “trabalho é trabalho. Quando algo se torna trabalho se torna dever, responsabilidade, e isso não é fluido, é esforço.”.
O primeiro me ajuda a não me conformar com qualquer atividade que o mundo me delega e buscar melhorar essa situação. O segundo me ajuda a não ficar parado, ficar na preguiça, na inércia dos meus pensamentos.
No entanto, a dificuldade está em identificar o “estado de flow”. Se o comparo com um estado de entusiasmo – como se eu fosse estrear um jogo novo jogo – isso provavelmente não acontecerá num trabalho por ser necessário o dever, a responsabilidade, o compromisso, etc. Em contrapartida, ele pode ser facilmente confundido com um estado de fazer o que me é apresentado pela vida (podendo ser tudo o que me é pedido), da melhor maneira possível e sem reclamar, pois isso é experimentar. Nesse último caso, eu não sinto ódio por fazer o que estou fazendo, mas também não sinto tesão. É só trabalho.
Como saber para onde direcionar minhas experiências? Se devo experimentar ou não? Se realmente gosto, ou é apenas ofício do trabalho? Se realmente não gosto, ou é apenas idealismo de mais?
Infelizmente, a comparação não tem dado muito certa para mim. Aguardo apenas sentir. Porém, essas dúvidas vão eternamente pairar sob mim.
Parabéns pelo site! Espero que o comentário possa ser útil de alguma forma para alguém, além de, como foi útil escrevê-lo, para mim.