Desenvolvimento pessoal é uma área de incertezas. Seus esforços para ser alguém melhor podem ou não dar certo. Mas uma coisa é praticamente certeza: você vai ter que lidar com pessoas que atrapalham.
Estou falando aqui daquelas pessoas que conhecem você e que, por algum motivo, acreditam ter o direito ou até mesmo o dever de interferir na sua vida, opinar sobre suas atitudes, até mesmo definir o que é e o que não é bom para você.
Bem ou mal intencionadas, essas pessoas que atrapalham certamente vão aparecer quando você decidir realizar mudanças na sua vida, como emagrecer, aprender outros idiomas ou abrir uma empresa.
Já que essas pessoas vão aparecer de qualquer maneira, você tem que aprender a lidar com elas da melhor maneira possível.
É isso que vamos ver neste artigo, que irá mostrar cinco maneiras de lidar com pessoas que atrapalham o seu desenvolvimento pessoal e profissional.
Para embasar o artigo, vou utilizar um conceito descrito no livro Mude Tudo Que Quiser, que divide esse tipo de pessoa em dois grupos: cúmplices e amigos.
Classificando as pessoas que atrapalham entre cúmplices e amigos
Os autores do livro dividem as pessoas que interferem no seu processo de mudança em dois grupos:
- Cúmplices: são aqueles que não querem que você mude, as pessoas que atrapalham o seu desenvolvimento pessoal ou profissional.
- Amigos: são as pessoas que incentivam a sua mudança, que ajudam você a cumprir as metas que traçou para si mesmo.
É preciso ficar claro que os cúmplices não são necessariamente pessoas más. Alguns acreditam sinceramente que estão ajudando você, quando na verdade estão atrapalhando.
Para lidar com os cúmplices, cinco táticas são apresentadas:
- Saiba quem é amigo e quem é cúmplice
- Redefina o normal
- Tenha uma conversa de transformação
- Faça novos amigos
- Distancie-se dos relutantes
A primeira tática ensina justamente a diferenciar cúmplices de amigos.
Tática 1: Saiba quem é amigo e quem é cúmplice
O primeiro passo para lidar com pessoas que atrapalham o seu desenvolvimento é identificar claramente quem está interferindo na sua vida para atrapalhar ou para ajudar na mudança que você pretende fazer ou na meta que quer alcançar.
Mesmo que você não tenha anunciado para ninguém o que você está tentando fazer, as pessoas com quem você convive vão perceber que você de repente está mais focado, comendo melhor, mais organizado, mais produtivo ou qualquer que seja o seu desafio.
O mais perigoso aqui é você chamar um cúmplice de amigo só porque gosta dessa pessoa.
Para evitar esse erro, você deve deixar as emoções um pouco de lado para usar mais a razão e perceber que, mesmo que você goste muito de uma pessoa, ela pode sim estar atrapalhando os seus planos.
Isso não significa que se trata de uma má pessoa. Geralmente é apenas alguém que sente que você está se distanciando ao adotar um novo comportamento que não é compartilhado com ela.
Para alguém ser cúmplice, não precisa existir a má intenção de te puxar de volta para o modo de vida antigo, mas simplesmente exercer má influência.
Digamos que você esteja querendo parar de beber álcool e aquele seu amigo fica chamando para churrasco, balada, mesa de bar, ou qualquer outro ambiente em que o álcool esteja bastante presente. Além de te chamar, ainda fica oferecendo “só um gole”.
Ele não quer necessariamente a sua desgraça nem o seu mal, ele só quer “o velho amigo de volta”. Ele só quer se sentir normal junto com você outra vez.
Esse exemplo coloca o cúmplice de uma forma bem óbvia, porém nem sempre as coisas são tão simples. Por isso você precisa também identificar os cúmplices não tão óbvios.
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Quero receber a aulaCúmplices pouco óbvios são as pessoas que atrapalham sem você perceber
Digamos que você trabalhe em um escritório com mais cinco pessoas. Essa mesma equipe começou a trabalhar junta há cinco anos e nunca mudou. Todos passam o dia juntos no trabalho, almoçam juntos, saem juntos. E todos estão aumentando de peso gradualmente a uma taxa de dois quilos por ano.
Resumindo a história, nesses cinco anos você e seus colegas de trabalho engordaram 10 quilos mas praticamente nem perceberam.
Isso acontece porque todos são cúmplices não óbvios. Esses cúmplices involuntários mudaram a sua visão de mundo sobre o que é o normal.
As pessoas ao nosso redor determinam nossa visão do que é ser normal. Dados objetivos (como nosso peso na balança) acabam ficando em segundo plano.
Segundo um estudo realizado em Harvard por Nicholas Christakis, a obesidade é uma “doença contagiosa” a ponto de que ter amigos obesos aumenta o risco de se seguir os maus hábitos alimentares em 57%!
Ou seja, se você está tentando seriamente emagrecer e não consegue obter bons resultados, pode ser que esteja convivendo com cúmplices não óbvios que atrapalham seus objetivos de emagrecimento.
Agora que entendemos melhor quem são os cúmplices, vamos ver quem são os amigos.
Contando com o apoio dos amigos
Assim como existem pessoas que atrapalham, você também encontrará amigos. Pessoas que o incentivarão a seguir com suas metas, a realizar na prática as mudanças que tanto deseja para a sua vida.
Alguns desses amigos podem até se tornar seus “treinadores informais”. Normalmente são pessoas que já atingiram a meta na qual você está interessado e agora te passam dicas de como você pode chegar lá.
Outros podem ser simplesmente fãs, pessoas que não conseguiram (ou talvez nem queiram) fazer as mudanças que você está querendo, mas que ficam felizes só de ver você avançando no caminho.
Uma vez que você identifique seus cúmplices e amigos, o que terá a fazer é usar a matemática a seu favor. Ou seja, cercar-se de mais amigos e menos cúmplices.
Lidando com cúmplices de quem você gosta
Uma maneira de cercar-se de pessoas incentivadoras é se afastar dos cúmplices e se aproximar dos amigos.
Na prática, entretanto, não é sempre que você quer fazer isso.
Afinal, como explicamos, os cúmplices podem ser pessoas de quem você gosta, pessoas das quais você na verdade não gostaria de se afastar.
O que fazer nesses casos?
Você terá que transformar esses cúmplices em amigos.
Isso é feito chamando um cúmplice para uma conversa sincera, honesta, olho no olho, sem “zoeira”.
Explique para as pessoas que atrapalham seus planos o que você está fazendo, porque está mudando, e explique que aquilo não significa de forma alguma que você está se afastando ou condenando as pessoas com quem você convive.
Uma vez que você sensibilize essas pessoas, peça a elas encarecidamente que lhe ajudem ou, no mínimo, não atrapalhem.
Por exemplo, se você está querendo parar de fumar e uma dessas pessoas que atrapalham é fumante, peça para não lhe chamar para um cigarrinho, para não fumar na sua frente, para não deixar cigarros à mostra.
Com isso você começa a aplicar a segunda tática, que é estabelecer um novo padrão de normalidade.
Tática 2: Redefina o normal
Como vimos acima, as pessoas ao nosso redor formam a nossa opinião do que é normal.
Se você vive rodeado por pessoas sedentárias, acha normal não fazer exercícios. Se vive com gente que bebe todo dia, é normal beber todo santo dia. Se está sempre com pessoas reativas, vai achar normal o comportamento reativo.
Por outro lado, se você está sempre acompanhado de pessoas altamente produtivas, cultas, fisicamente ativas, prósperas… qual será o seu “novo normal”?
Você precisa definir esse seu novo normal, o seu patamar mínimo de exigência, para conseguir realizar as mudanças que deseja de forma mais efetiva.
Tática 3: Tenha uma conversa de transformação
Você não precisa necessariamente se afastar de quem você gosta para se desenvolver como pessoa. O ideal, aliás, seria você levar outras pessoas nessa mudança com você, ajudando-as a também se desenvolverem.
Mas você precisa admitir que nem todos querem mudar, que nem todos precisam mudar. E você não pode impor as suas ideias aos outros.
Assim, mais uma vez, recomendamos aquela conversa sincera de transformação, em que você explica honestamente o que está querendo fazer para as pessoas que atrapalham os seus planos.
Aqueles que se interessarem podem até se interessar em mudar também, mas isso é uma decisão deles.
Você não pode esperar que as pessoas leiam os seus pensamentos. Você precisa dizer exatamente o que quer e que tipo de apoio precisa.
Tática 4: Faça novos amigos
Esta quarta tática é uma das ideias por trás da própria rede social Mude.vc.
Uma vez que você definiu quais são os desafios que deseja vencer para mudar de vida, a maneira mais simples de conseguir boa influência social é encontrando novos amigos que compartilham os mesmos desafios ou estão interessados em apoiá-lo.
Você deve chamar essas pessoas para serem seus amigos treinadores ou fãs, ou simplesmente conviver com elas para definir o seu novo normal. Muitas ficarão felizes em ajudar, pois você também acabará ajudando-as.
Talvez você não conheça ninguém que compartilhe seus objetivos, ou não tenha facilidade para fazer novos amigos, ou mesmo é muito tímido para abordar uma pessoa com esse papo.
O que fazer nesses casos? Usar a internet!
Faça uma busca no Google, no Facebook, no Twitter e no Instagram com palavras-chaves relacionadas a seus desafios e encontre pessoas para te ajudar. Com certeza alguém nesse mundão tem objetivos similares aos seus.
Você não precisa nem se tornar amigo íntimo dessas pessoas, basta começar a segui-las e ver como elas agem, o que pensam, o que leem, o que compartilham.
Muita gente reclama que as redes sociais são atrasos de vida, mas a verdade é que você pode transformar as redes sociais em verdadeiras ferramentas de mudança se você seguir as pessoas que já estão aonde você quer chegar e deixar de seguir pessoas que agem como cúmplices.
Se for possível, você também deve buscar biografias de pessoas famosas que tenham realizados os feitos que você quer realizar.
Tática 5: Distancie-se dos relutantes
A verdade é que, por mais sincera e honesta que sua conversa de transformação seja, existirão pessoas que atrapalham sua vida e continuarão atrapalhando não importa o que você faça.
Essas pessoas simplesmente não estarão dispostas a passar de cúmplices para amigas.
Com a conversa sincera sugerida na Tática 3, você conseguirá converter a maioria dos cúmplices em amigos.
Para os que restarem, recomendamos que você tome uma decisão difícil se afaste por uns tempos, pelo menos até consolidar o seu novo hábito ou cumprir a sua meta.
Isso pode parecer duro ou difícil em um primeiro momento, mas é uma atitude necessária para o seu desenvolvimento pessoal. E pode até mesmo acabar beneficiando a pessoa de quem você teve que se afastar.
O que aconteceria com seus objetivos se você se livrasse das pessoas que atrapalham?
Para terminar, eu gostaria de propor uma atividade.
Pegue algum dos seus grandes objetivos de vida e liste quais as pessoas ao seu redor que seriam classificadas como cúmplices e como amigos, dependendo do comportamento que elas costumam ter.
Voltando ao exemplo do emagrecimento. Digamos que a sua grande meta para os próximos meses seja fazer uma reeducação alimentar para perder 10 quilos de gordura.
Quais das pessoas do seu convívio apoiariam incondicionalmente o objetivo de melhorar sua saúde? Quais incentivariam você a se manter na dieta, a fazer exercícios, a levar uma vida mais saudável?
Agora, quais delas iriam sugerir para você “deixar disso”, para largar essa ideia, para comer uma pizza e tomar um refrigerante? Quais delas julgariam seu objetivo como se fosse uma mera vaidade desnecessária?
Em seguida, para cada pessoa listada como cúmplice, agende uma sincera conversa de transformação e explique em detalhes o que você está querendo fazer e como aquela pessoa pode dar apoio (ou, no mínimo, não atrapalhar).
Por fim, se necessário, procure novos amigos (lembre-se de usar as redes sociais) e afaste-se, mesmo que temporariamente, dos cúmplices que não concordaram em mudar e apoiar seus grandes sonhos.
Em resumo, saiba quem é amigo e quem é cúmplice. Tenha consciência das pessoas que influenciam sua vida e determine se elas ajudam você a alcançar seus objetivos ou se são apenas pessoas que atrapalham.
No fim das contas, você quer mais amigos e menos cúmplices para redefinir o que é normal, para obter um novo patamar de desenvolvimento pessoal superior ao que você está atualmente.
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