Uma das minhas principais metas pra 2014 era passar menos tempo navegando a esmo na internet e mais tempo fora, na rua, ou produzindo/lendo coisas interessantes ao computador.

Algo muito estranho acontecia comigo. Eu tinha um monte de coisa para fazer no trabalho, no Mude.vc ou na faculdade, mas sempre acabava me perdendo no triângulo das bermudas da internet, passando horas no Facebook, no Twitter ou em portais de notícias como UOL, Globo.com e outros.

Eu devia estar fazendo algo importante, mas de repente estava lendo no Ego que Marcos Palmeira pedala na orla do Rio.

Aquilo não fazia o menor sentido.

Mesmo tendo grande conhecimento sobre como os hábitos se formam, confiei inicialmente só na minha força de vontade para começar a usar o meu tempo de forma mais produtiva.

Como vocês devem imaginar, não funcionou. Perdi o primeiro semestre e pouca coisa mudou.

A partir de junho, eu comecei a levar a meta mais a sério. Comecei a cercar o mau hábito por todos os lados.

Primeiro, reduzi brutalmente a quantidade de pessoas que apareciam na minha timeline do Facebook e desinstalei o Twitter do meu celular.

Isso deu uma ajuda, mas também teve um efeito colateral negativo: agora eu passava ainda mais tempo nos portais de notícias lendo que Eduardo Baptista prevê “jogo de xadrez” contra a Chapecoense.

Parti para uma solução brusca: bloquear tudo no computador. Em casa, fui à raiz do problema, bloqueando via linha do comando o acesso aos principais portais de notícias, tanto no computador de mesa quanto no notebook.

No trabalho, instalei uma extensão que bloqueia os sites que eu determino no Google Chrome. Agora, se eu quiser ler algum site, tenho que abrir o Internet Explorer.

Eu, como toda pessoa no mundo que já fez um site na primeira década dos anos 2000, nutro um ódio mortal ao Internet Explorer, o pior navegador que pode existir.

Usar o Internet Explorer para mim é um martírio, então eu só o abro quando realmente algo urgente está acontecendo (como no final de setembro, quando um homem bomba ameaçava explodir um hotel perto do meu trabalho).

Isso resolveu parcialmente o problema: agora realmente eu não estava perdendo mais tempo com bobagens e comecei a ler coisas bem mais interessantes e também a produzir mais.

Mas havia ainda um último reduto, um lugar por onde de vez em quando eu dava uma escapadinha: o iPhone.

Distraction-free iPhone

navegar-demais

Eis que eu me deparo no Feedly, no dia 1º de setembro de 2014, com a sugestão de um post no Medium: My year with a distraction-free iPhone.

No texto, o autor fala como apagou todas as ferramentas de distração do seu iPhone por um ano e quais os impactos positivos que aquilo teve para a vida dele.

Na hora em que li, aproveitando a empolgação, fiz exatamente o mesmo. Apaguei Facebook, Instagram, Twitter, Foursquare e tudo o mais que me distraía.

Fui além: desabilitei o Safari e desconfigurei o e-mail.

O resultado? Eu sinto que agora eu comando o iPhone em vez do contrário. Os aplicativos que uso agora basicamente resumem-se ao Kindle (para ler livros), o Wunderlist (para gerenciar minhas tarefas) e Evernote (para anotações em geral).

O único aplicativo que ainda traz notificações distrativas é o Whatsapp, que ainda mantenho para ter contato com amigos e familiares que ficaram no Recife.

Meu nome é Walmar e estou há cinco meses abstêmio

Quais foram as consequências desse experimento?

As melhores possíveis.

Nunca entreguei tantas tarefas antes do prazo. Nunca escrevi tanto quanto no mês de setembro, tanto para os blogs quanto em trabalhos para a faculdade. Também nunca estudei tanto e tão bem na faculdade.

Além disso, me sinto menos ansioso e consegui estabelecer uma rotina matinal e noturna muito mais proveitosa. Agora em vez de ficar puxando a timeline do Facebook procurando algo que nem eu mesmo sei o que é, estou lendo muito mais.

Como prêmio, comprei um dispositivo Kindle e ele virou meu melhor amigo. Agora estou emendando um livro no outro, sem interrupções, há pelo menos cinco meses. Em vez de ficar lendo notícias descartáveis, estou “conversando” com grandes mentes que escreveram livros que perduram na história.

Se algo importante aconteceu e não fiquei sabendo? Até agora não. Mas garanto que ficarei. O episódio do falso homem-bomba em setembro e o atentado em Paris no início de 2015 me mostraram isso com clareza: quando algo é realmente importante, você vai acabar sabendo.

Considero que essa foi uma das mais importantes metas cumpridas em 2014 e um grande passo para vencer o desafio de ser mais produtivo.

P.S.Se você tem interesse em ser uma pessoa mais produtiva, cadastre-se para receber uma aula especial do curso Planejando Sua Vida sobre viver produtivamente de acordo com seus valores pessoais. Clique aqui para receber a aula do Planejando Sua Vida.

Walmar Andrade

Walmar Andrade é um advogado, programador e jornalista que estuda a relação entre Direito Digital, Tecnologia e Comunicação. Pós-graduando em Direito Digital (UERJ), tem pós-graduação em Direito Legislativo (IMP-DF), MBA em Planejamento, Gestão e Marketing Digital (FECAP-SP) e Master en Comunicación Empresarial (INSA-Barcelona). Escreve também no site walmarandrade.com.br

4 Comments

  1. adotei a filosofia do cara do GTD para tarefas, mas em relaçã a noticias.
    nada de ser proativo nesse quesito, melhor s e r proativo em outras areas.
    como ffala o GTD, se algo é realmente importante aparece na sua mente (no caso da meta)
    em caso de noticia é a mesma coisa, se for realmente importante/relevante, vc vai ficar sabendo.
    seja proativo no que importa.
    corte a maioria das notificacoes do celular e seja reativo para bobajada de internet. proatividade somente para o mesmo improtante: familia, carreira, financas, relacionamentos, etc.
    abraços.
    saulo

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  2. acima

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  3. Nossa quando li este post me identifiquei muito. Eu já fui muito viciada em facebook. Horas e horas perdidas de vida. Até que bloqueei minha conta para não mexer mais. Hoje mexo apenas de vez em quando principalmente quando preciso baixar um material da faculdade no nosso grupo de estudo (isso já fazem uns 2 anos). Nunca tive twitter, instagran e outros pois sei que só sugariam meu tempo…apesar de várias pessoas falarem que eu deveria fazer. Apesar disso o tempo passou e arrumei novos vícios…uma página de compras on line…onde penso em gastar o dinheiro que não tenho. Viciada exageradamente em uma série do netflix…buscando vários assuntos variados na internet…como o que estou lendo agora (bom mas essa leitura é para um bem maior…). Vamos lá bloquear páginas é o meu próximo passo.

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  4. Passando somente para parabenizar-lo pelo texto, continue com esse trabalho maravilhoso . Grato

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