Quem viveu entre os meados das décadas de 1980 e 1990 não tinha lá muitos motivos para se orgulhar do Brasil.

Inflação galopante, péssima infraestrutura, resquícios de ditadura, um presidente corrupto. Uma das poucas coisas que se salvavam naquela época eram as manhãs de domingo. Era Ayrton Senna.

O impacto daquela época foi tão grande que até hoje a Fórmula 1 faz o maior sucesso no Brasil, mesmo tendo se tornado nas últimas temporadas um “esporte” bem previsível, bem germânico.

O encanto dos carrões rasgando o asfalto a 300 quilômetros por hora, no entanto, persiste. E todo ano temos a chance de ver isso de perto, enquanto o GP Brasil de Fórmula 1 resistir.

Minha experiência com a Fórmula 1, todavia, foi bem distante da capital paulista. Foi no circuito da Catalunha, na cidade de Montmeló.

Eram os preparativos para a temporada 2010 e os pilotos treinariam no sábado e no domingo.

A primeira grande lembrança é a de sair do metrô, a uns bons quilômetros do autódromo, e já poder ouvir em alto e bom som o barulho dos motores. Pareciam pequenos aviões cortando o ar.

Ruído acima de tudo

O barulho, aliás, é o que mais impressiona na Fórmula 1 ao vivo.

Já estamos de certa forma acostumados a ver o design dos carros, a velocidade com que eles passam nas retas, até mesmo os pilotos.

Mas o ronco do motor de um Fórmula 1 é algo que a transmissão da televisão não consegue captar como ele realmente é (ou melhor, é provável que a TV diminua o som para que se possam ouvir os locutores).

Falando em captar, boa parte da diversão na Fórmula 1 foi tentar conseguir fotografar um carro a 300 por hora sem deixá-lo borrado. Meu melhor shot foi esse da Lotus de Jarno Trulli.

Lotus Fórmular 1 de Jarno Trulli

O outro detalhe é que você não faz ideia do que está acontecendo na pista se não levar um notebook, um smartphone ou um radinho de pilha que seja. Não que isso importe muito. As máquinas passando na pista cada vez mais rápidas compensa qualquer falta de informação.

A Fórmula 1 em que os carros e os patrocinadores valem cada vez mais do que todo o resto pode não ter mais a mesma graça que tinha nas manhãs de domingo com Ayrton Senna. Mas ainda oferece uma boa dose de empolgação para quem vai ver ao vivo.

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Walmar Andrade

Walmar Andrade é um advogado, programador e jornalista que estuda a relação entre Direito Digital, Tecnologia e Comunicação. Pós-graduando em Direito Digital (UERJ), tem pós-graduação em Direito Legislativo (IMP-DF), MBA em Planejamento, Gestão e Marketing Digital (FECAP-SP) e Master en Comunicación Empresarial (INSA-Barcelona). Escreve também no site walmarandrade.com.br

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