A nossa situação alimentar atual é ridícula! Estamos em um “caminho nutricional” destrutivo e degradante e tudo isso é desejado pela indústria de alimentos, como já dissemos por aqui antes.

Mais do que é apenas desejado: tudo isso é parte da estratégia da indústria de alimentos para aumentar os lucros e sabotar a nossa saúde. Caia na real!

Com o investimento de milhões e milhões anuais em pesquisa, tecnologia e marketing a indústria conseguiu realizar duas façanhas assustadoras: 1) transformar a alimentação das crianças em uma eterna festa de aniversário e 2) infantilizar a alimentação dos adultos ao ponto do ridículo, se não além disso.

Uma eterna festa de aniversário

Hoje em dia é perfeitamente aceitável que as crianças comam, diariamente, alimentos que antigamente eram servidos apenas em festas de aniversário: refrigerantes, cachorro quente, biscoitos recheados, salgados, frituras diversas e segue a lista.

Há alguns anos esses alimentos sequer possuíam o status de “comida”. Nós nos referíamos a eles, frequentemente, como “porcarias”. Eram alimentos consumidos exclusivamente em ocasiões especiais. Hoje, no entanto, são a “alimentação padrão” de grande parte das crianças.

Parte da culpa disso, no entanto, é nossa: um bando de “adultos” que se permitiu ser moldado ao gosto do poderosíssimo marketing da indústria de alimentos. Somos adultos que comem como crianças, somos adultos infantis.

Adultos infantilizados

Batata frita, arroz branco e carne. Na praça de alimentação que eu costumava frequentar diariamente tempos atrás, repleto de executivos de terno e gravata e de mulheres bonitas e bem vestidas, esse era um tipo de prato muito comum: um prato de baixíssima diversidade nutricional e repleto de carboidratos da pior espécie.

Nos lanches das empresas em que trabalhei um fenômeno semelhante: biscoitos recheados, dois ou três tipos de refrigerantes, chocolates e balas.

Sinceramente: um adulto que se alimenta como uma criança é algo ridículo! Mas a indústria conseguiu, com sublime competência, nos transformar em adultos ridiculamente infantilizados.

Prato com batata frita, arroz, carne e ovo

Desculpas ao fantástico ovo por tê-lo incluído nisso!

Não me levem a mal: eu adoro batata frita, arroz e carne. É realmente um prato delicioso e, em alguns momentos, comer um prato assim é útil e providencial. Eu me permito comer todas as porcarias que você possa imaginar após um treino longo de ciclismo ou de corrida, mas me permito fazer isso somente por serem esses carboidratos, nesse momento, muitos úteis em meu processo de recuperação.

A infantilidade reside no ato de limitar a sua dieta a alimentos com características nutricionais muito semelhantes, sendo muitos deles pobres em bons nutrientes. Grande parte das crianças comem assim: todos os dias a mesmo coisa, todos os dias o seu “prato de estimação”.

Lutando o bom combate

O conhecimento e a nossa livre capacidade de escolha são as nossas principais (e únicas!) armas para combater a situação na qual nos encontramos.

Penso que não há outro caminho. A indústria é poderosa e rica, nós somos ignorantes e escravos do prazer do nosso paladar.

Eles projetam (sim, projetam!) comidas gostosas. Nós não entendemos a verdadeira finalidade dos alimentos e da alimentação e entramos no jogo deles.

Aqui no Mude.vc temos dezenas de artigos sobre nutrição, todos em uma linguagem completamente acessível. Se você navegar através do posts do desafio Entrar em forma encontrará muitos desses artigos e poderá começar a livrar-se das armadilhas criadas pela indústria de alimentos.

Faça isso. Lute o bom combate!

Atualizado em 18/10/2013

A leitora Ana Paula nos enviou a sugestão do documentário “Muito além do peso”, da diretora Estela Renner, para os que desejam entender melhor as estratégias da indústria de alimentos para “conquistar” as crianças e transformá-las em grandes consumidoras das suas porcarias travestidas de comida. Excelente documentário!

https://www.youtube.com/watch?v=0v8ENF-lomI

P.S.Se você tem interesse em estilo de vida saudavel, veja esta aula especial do projeto Natugood mostrando como a resistência a um hormônio chamado leptina pode estar impedindo você de chegar ao corpo dos seus sonhos. Clique aqui para ver a aula.

André Valongueiro

André Valongueiro é coach, educador e escritor. Vive a vida nos seus próprios termos, viajando o mundo enquanto trabalha 100% online. Aprendeu a arte de realizar sonhos com paz e sem ansiedade e quer ajudar você a fazer o mesmo.

6 Comments

  1. Muito bacana, André. A partir do momento que se passa a entender a real função de cada alimento para o bom funcionamento do organismo, a saúde em todos os seus aspectos melhora. Essa é a grande importância de se consultar um nutricionista, ou, aomenos entender sobre nutrição.

    Responder
    • Pode ter certeza que permanecerei, André! (ainda sou nova por aqui e não sei marcar hahaha). Muito bacana, já havia lido e realmente, nunca havia pensado dessa forma. Achei bastante importante essa percepção.

      Responder
      • Não se preocupe, ainda estamos trabalhando no mecanismo para marcar os usuários e, em breve, demos melhorar esse ponto.

        Muito obrigado pelos comentários e permaneça conosco. Muitas novidades adiante! ;-)

        O melhor para sua vida!

  2. A industria dos alimentos ja tem sem alvo principal criancas e adolescentes. Chegamos a um ponto que uma crianca come nuggets de frango mas nunca viu uma galinha na vida. Estamos perdendo o contato com os alimentos, a industria esta vencendo. cada vez mais padronizada esta nossa alimentacao. O lugar que deveria ser a principal forma de combate contra esse mal, a escola, raramente faz alguma coisa a respeito. ENquanto nao houver educação alimentar e inserir as criancas em um mundo onde elas compreendem o alimento, as coisas so vao piorar.
    Tem 2 documentarios que abordam esse assunto que vale a pena citar. Food INC e Muito alem do peso. divulgue..

    Responder
    • Olá, @Ana_Paula6. Muito obrigado pelas sugestões. Adicionei o documentário “Muito além do peso” no artigo para que os leitores possam assistí-lo.

      Um grande abraço e continue conosco!

      Responder
  3. Eu fico realmente muito feliz em encontrar outras pessoas como eu que entendem que alimentação é muito mais do que o comer acada 3 horas que o médico impõe. Acontece que hoje em dia se tu não tem um pedaço de papel te autenticando médico, perde o direito de fala, enquanto muitos outros aí formados a serviço da indústria excretam regras absurdas e que em nada contribuem para a alimentação. Eu realmente me sinto confortável em estra na internet porque boa parte das pessoas que amo na vida real já me olham com cara de desdém quando abro a boca pra falar um ai sobre nutrição, por ser nova e ainda não formada, chega a parecer uma heresia eu falar do assunto nutrição.

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