O minimalismo como estilo de vida vem timidamente crescendo ao longo dos últimos anos, como uma espécie de reação a uma sociedade cada vez mais consumista.

O problema é que muitas pessoas que tentam aderir ao minimalismo acabam por cair em uma armadilha tão comum na espécie humana que já foi observada por Aristóteles já no século IV antes de Cristo: sair de um extremo para outro.

Possivelmente influenciado pelo pensamento oriental, Aristóteles consagrou no livro “Ética a Nicômaco” a chamada ética do meio-termo entre vícios e virtudes. Em poucas palavras, o filósofo identificou que o meio termo, o equilíbrio, é o melhor caminho para se encontrar o estado de espírito conhecido como felicidade.

Muitos do que tentam aderir ao minimalismo, pelos relatos divulgados sobretudo em blogs e redes sociais, acabam indo a um extremo que terá como único resultado, na maioria dos casos, a frustração.

De uma hora para outra, resolvem viver com apenas uma muda de roupas e doam tudo o que acham que não vão precisar mais. Um ponto claro de que a coisa não está funcionando bem é quando radicais assim começam a propagandear seu próprio estilo de vida minimalista a todo momento, como se precisam reafirmar para si mesmo e para os outros que o que estão fazendo é correto (em uma nota lateral, isso acontece bastante também com vegetarianos de primeira viagem. Been there, done that).

Nada em excesso

Escada do minimalismo

Somente o essencial.

Minimalismo, no meu ponto de vista, relaciona-se tão somente com simplificação, não com fetiche. Devemos cortar o que está em excesso, simplificar a vida, eliminar o que é desnecessário.

Se você exagera na dose e acaba eliminando coisas das quais vai precisar, itens que diminuíam a fricção na sua vida, está indo na direção oposta da finalidade do minimalismo.

Não há uma regra geral, já que cada um sabe o que considera essencial, mas é certo que radicalizar e impor-se um modo de vida austero não faz sentido a não ser que você esteja buscando virar um asceta.

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Walmar Andrade

Walmar Andrade é um advogado, programador e jornalista que estuda a relação entre Direito Digital, Tecnologia e Comunicação. Pós-graduando em Direito Digital (UERJ), tem pós-graduação em Direito Legislativo (IMP-DF), MBA em Planejamento, Gestão e Marketing Digital (FECAP-SP) e Master en Comunicación Empresarial (INSA-Barcelona). Escreve também no site walmarandrade.com.br

4 Comments

  1. Excelente abordagem Walmar. Obrigado pelo texto!

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  2. Esclarecedor, explicações objetivas, deu para sacar mais sobre um estilo de vida minimalista equilibrado. Voltarei!

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  3. Interessante. Gostaria de saber quais são esses blogs e perfis de redes sociais que ilustram esse ponto. Seria bom para no mínimo darmos umas boas risadas.
    E outra coisa: essa imagem ilustra bem a questão! Degraus sem apoio tiram a natureza de uma escada – a não ser que esses degraus estejam bem fixos na parede.

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  4. Perfeito o texto, Vai Colaborar e Muito, Para a Pratica do Minimalismo, de uma Forma Que Eu, também Entendo, Como Seja a Melhor, Equilibrio em todas as Acões …

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