Você já cansou de tentar descobrir como sair das dívidas só para depois de um tempo voltar a ver os seus débitos aumentarem?
Milhares de pessoas endividadas tentam todos os dias descobrir como sair das dívidas mesmo ganhando pouco dinheiro. Porém, sem uma estratégia inteligente, acabam apenas perdendo tempo, energia e às vezes até mais dinheiro.
Se esse é o seu caso (ou se você conhece alguém com esse problema), pode manter a tranquilidade. Neste artigo vamos apresentar uma estratégia praticamente infalível de 9 passos para você pagar suas dívidas e fazer com que elas nunca mais apareçam.
Antes de ver os 9 passos, vamos entender a origem das suas dívidas.
Como sair das dívidas entendendo por que elas surgem
As dívidas surgem quando você gasta mais do que ganha. Geralmente isso ocorre quando antecipamos um crédito que ainda não temos.
Por exemplo, você quer comprar uma geladeira que custa R$ 1.500,00 mas não tem esse dinheiro hoje. Então paga apenas R$ 150,00 hoje e divide o restante em mais 11 parcelas.
Parece um bom negócio, mas no final das contas você pagou R$ 1.800,00 por uma geladeira que valia R$ 1.500,00.
Os R$ 300,00 que pagou a mais foi pelos juros, por alguém ter “emprestado” o dinheiro a você.
O problema das dívidas é quando elas se acumulam e começam a crescer de forma descontrolada.
Talvez você já tenha visto como os juros compostos trabalham a seu favor quando você investe com moderação e consistência.
Por exemplo, se você tem R$ 1 mil e consegue investir mais R$ 100 por mês a uma taxa de juros de 1% ao mês, terá ao final de 10 anos R$ 26.304,00.
Se você se impressionou com esses números, deve se surpreender ainda mais ao ver o trabalho dos juros a favor das dívidas.
Isso porque, enquanto investimentos rendem de 0,5% a 1% em sua maioria, os juros das dívidas no cartão de crédito, por exemplo, podem ficar entre 8% e até 12% ao mês!
Ou seja, uma dívida de R$ 100,00 no cartão de crédito, a 10% ao mês, vai virar uma dívida de R$ 313,82 ao final de um ano. Isso mesmo, o triplo do valor em apenas 12 meses!
Não é por acaso que as dívidas estão entre as preocupações que mais atormentam as pessoas atualmente, afetando outras áreas como carreira, saúde e relacionamentos.
Para você não ter essas preocupações vamos ver, então, como sair das dívidas de maneira inteligente em apenas 9 passos.
Passo 1: Adapte o seu orçamento
Planejamento e consistência são os dois pilares para você descobrir como sair das dívidas.
Mesmo que você não tenha dívidas no momento, acompanhe esta explicação com atenção para saber o que fazer caso um dia precise contrair uma dívida.
O primeiro dos dois pilares é o planejamento financeiro. E esse planejamento deve começar pelo seu orçamento doméstico.
Vamos pegar, como exemplo, a divisão de orçamento proposta por T. Harv Eker no livro Os Segredos da Mente Milionária:
- 50% para necessidades básicas
- 10% para investimentos
- 10% para educação
- 10% para despesas de longo prazo
- 10% para diversão
- 10% para doação
Essa seria a divisão caso você não tivesse dívidas. Mas enquanto você estiver endividado, a distribuição do seu orçamento deve ser alterada de modo que você quite as suas dívidas da forma mais rápida possível. Por exemplo:
- 50% para necessidades básicas, se não houver mais nada que possa ser reduzido aqui
- 10% para educação, se o valor já foi comprometido em cursos que não podem ser interrompidos (faculdade, escola dos filhos etc.)
- 40% para o pagamento das dívidas
Infelizmente, é isso. Se você está com dívidas, não faz muito sentido estar gastando dinheiro com diversão, doação ou despesas de longo prazo.
Isso não significa que você não deve se divertir ou contribuir com sua comunidade. Você apenas vai ter que ser criativo para encontrar formas de se divertir e de colaborar sem gastar dinheiro.
Não faz nem mesmo muito sentido (a não ser pela criação do hábito) estar investindo 10%. Isso porque, conforme explicamos acima, raramente os juros das aplicações financeiras superam os juros das dívidas.
Guardar dinheiro enquanto se tem uma dívida cara é um erro
Um dos principais erros que muita gente comete é manter hábito de guardar dinheiro no banco enquanto se tem uma dívida.
É comum ver pessoas no Brasil mantendo algum dinheiro na poupança, algumas vezes rendendo até menos do que a inflação, ao mesmo tempo em que ficam na dívida rotativa do cartão de crédito, com juros na casa dos 10% ao mês.
Esta triste constatação se dá ao baixíssimo nível de educação financeira. As pessoas absolutamente não sabem o que estão fazendo!
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Quero receber a aulaComo sair das dívidas interrompendo a bola de neve
Por causa do mecanismo descrito sobre os juros aumentando as dívidas, podemos dizer que as dívidas possuem uma natureza semelhante a uma bola de neve. Conforme a bola de neve vai rolando abaixo pela montanha, ela aumenta de tamanho e se torna incontrolável.
O primeiro resultado prático dessa nova divisão temporária do seu orçamento doméstico é interromper o crescimento da sua bola de neve.
Agora, mais do que nunca, você vai ter que levar a sério o lema de gastar menos do que ganha e investir a diferença.
Só que, nesta situação, você vai “investir” a diferença fazendo a dívida parar de crescer, no mínimo.
Cancele o seu cartão de crédito, utilizando-o somente na modalidade débito. Se você for descontrolado, e não vive em uma região muito perigosa, saque o dinheiro que pretende usar durante a semana em cédulas mesmo e separe em envelopes o que você tem para gastar com moradia, transporte, alimentação e outras despesas previsíveis.
Tudo o que não for necessidade pessoal deve ser usado para pagar as suas dívidas. No modelo que propusemos, pelo menos 40% do que você ganha vai ser usado para o pagamento da dívida. Durante o tempo que for preciso!
Passo 2: Liste todas as suas dívidas
O segundo passo da estratégia de como sair das dívidas é bem simples.
Você deve listar em uma planilha todas as dívidas que você tem, detalhando:
- Como surgiu a dívida
- Quem é o credor
- Qual a possibilidade de negociação (baixa, média ou alta)
- Quais os juros mensais dessa dívida
A ordem em que você vai pagar as suas dívidas de suma importância, porque como vimos aqui o tempo e os juros trabalham contra você.
Por isso, o terceiro passo é ordenar as suas dívidas.
Passo 3: Ordene suas dívidas da mais cara para a mais barata
O terceiro passo é pegar a planilha e colocar suas dívidas em ordem. Primeiro as que têm maiores juros mensais e as demais em ordem decrescente.
Preste atenção que não estamos falando aqui do valor total da dívida e sim da taxa de juros mensais. A dívida mais cara é a que tiver a maior taxa de juros ao mês.
Passo 4: Negocie juros menores com cada credor
Em seguida, com os documentos de todas as suas dívidas em mãos, bata na porta de cada credor que abra espaço para negociação.
Primeiro procure os credores das dívidas mais caras, e depois passe para o próximo até chegar à dívida com a menor taxa de juros mensais.
Aqui você vai precisar reconhecer os seus erros e tentar negociar as suas dívidas. Mostre os documentos e os seus extratos e explique o quanto você consegue pagar a cada mês.
Dependendo do caso, muitos credores aceitam abrir mão de parte dos juros, desde que recebam pelo menos o montante do valor principal que gerou a dívida.
Lembre-se de que o não você já tem. No mínimo, o que você pode conseguir agora é um descontinho na sua dívida. E isso vai ajudar bastante.
Se você não sabe como negociar, dê uma olhada neste meu vídeo sobre boas práticas de negociação:
Depois dessa rodada de negociações, calcule na planilha o valor total de todas as suas dívidas somadas, já com os descontos que você conseguiu negociar.
Passo 5: Atualize o saldo devedor e faça uma média ponderada
Depois de negociar alguns descontos, o quinto passo é atualizar o seu saldo devedor com os descontos e fazer uma média ponderada das taxas de juros de todas as suas dívidas
Esse informação será essencial para o seu próximo passo: unificar todas as dívidas.
Passo 6: Unifique suas dívidas
Com o total que você deve após os descontos, procure o seu banco e contraia um empréstimo no valor total do seu saldo devedor, atentando para que os juros deste empréstimo sejam menores do que a média ponderada dos juros de todas as suas dívidas separadas.
Você pode, inclusive, questionar se o seu banco não “compra” as dívidas diretamente em vez de emprestar o dinheiro para que você as pague.
Passo 7: Quite as dívidas esparsas e fique apenas com a unificada
Com esse dinheiro do empréstimo em mãos, no mesmo dia pague todos os seus credores, quitando todos os seus débitos e ficando agora apenas com a dívida consolidada junto ao seu banco.
Apesar de você agora ter o mesmo saldo devedor, ou seja, continuar devendo a mesma coisa, terá que se preocupar com apenas um credor agora, o seu próprio banco.
Além disso, você trocou um punhado de dívidas esparsas por uma dívida única mais barata, isto é, com juros menores.
Passo 8: Negocie o pagamento da dívida unificada
O penúltimo passo da estratégia de como sair das dívidas é – novamente – negociar.
Com a dívida unificada junto ao banco, você pode negociar parcelas menores, que se enquadrem no percentual destinado no seu orçamento.
Se você recebe um salário fixo todo mês, pode inclusive acertar com o banco para que este percentual já seja debitado automaticamente para o pagamento da dívida no mesmo dia em que o seu salário cai na conta.
Achou muito trabalhoso?
Então compare isso com ficar pagando juros da dívida por todo o sempre, cheio de preocupações, sem liberdade, procurando a todo instante uma solução mágica sobre como sair das dívidas.
Quando unificar as dívidas não vale a pena
Há algumas situações em que unificar as suas dívidas não vale a pena:
- Quando você só tem um credor e a taxa de juros dele é menor do que a do banco
- Quando a taxa de juros do banco for maior do que a média ponderada da taxa dos juros de todas as dívidas espalhadas. Nesse caso, você pode consolidar só as dívidas que são mais caras, pegar o dinheiro emprestado para pagá-las e ficar com o mesmo valor em dívida no banco, mas com os juros menores, enquanto mantém como credores aqueles que tinham juros menores que os do banco.
- Quando você não tem crédito junto ao banco para consolidar as suas dívidas
Em qualquer caso, você precisará negociar tanto com os credores quanto com o seu banco para tentar diminuir os juros.
Se você não conseguir consolidar suas dívidas, foque sempre em pagar as dívidas mais caras primeiro. Quando a mais cara for paga, passe para a seguinte e assim sucessivamente, gerenciando seus prejuízos.
Fique atento para pagar as dívidas mais caras, não as mais longas.
Por exemplo, o financiamento de um carro pode durar anos, mas, se você observar, os juros são bem menores do que, por exemplo, a dívida de um cartão de crédito.
Não comprometa seu plano pagando esta dívida enquanto a que é mais cara está crescendo como uma bola de neve.
Caso não saiba fazer esses cálculos, procure ajuda de alguém que sabe, nem que você tenha que pagar por isso. Mas procure pessoas em quem você pode realmente confiar. Evite pessoas com conflito de interesse, como agiotas, empresas de empréstimo ou gerentes de banco que possuem produtos do banco para vender.
O ideal é um contador independente ou consultor especializado em dívidas. Até um amigo que entenda mais de economia pode ensinar na prática como sair das dívidas!
Passo 9: Durante o processo, faça um esforço para ganhar mais e gastar menos
O último passo, na verdade, deve ser feito durante todo esse processo.
Por conta dos juros trabalhando contra você, quanto mais rápido você quitar suas dívidas, melhor. Por isso, faça o que puder para levantar mais dinheiro.
Se for preciso, venda alguns bens que você não usa mais.
Ou, se puder, pegue algum trabalho autônomo para fazer à noite como freelancer.
Seja criativo para saber como levantar mais dinheiro, desde que não seja – claro – contraindo novas dívidas, especialmente no cartão de crédito.
Como sair das dívidas cortando o cartão de crédito
Conforme explicamos, os juros dos cartões de crédito estão entre os maiores do mercado.
Apesar de ser um facilitador, o cartão de crédito é uma grande ameaça para quem não está pilotando as próprias finanças.
A recomendação aqui é que você use o cartão sempre na modalidade débito. Se acreditar que deve usar como crédito para obter benefícios como milhas e pontos, procure colocar o pagamento da fatura do cartão de crédito em débito automático na sua conta.
Seja qual for o caso, nunca pague apenas a “parcela mínima” do cartão. Se há uma maneira fácil de os bancos e operadoras de cartão ganharem dinheiro de você, é esta. Você paga o mínimo e automaticamente faz uma dívida caríssima para algo que poderia ter pago desde já.
Do segundo mês em diante, você ao pagar a parcela mínima não está na verdade pagando sua dívida, mas apenas abatendo os juros de uma dívida que você nem deveria ter feito para começo de conversa.
Existem dívidas boas?
A literatura especializada divide as dívidas em boas e ruins.
Uma dívida boa seria aquela que você pega para despesas de longo prazo planejadas, como o financiamento para a compra de uma casa, de um carro ou mesmo para abrir uma empresa.
É preciso ter cuidado aqui. Embora alguns desses financiamentos possuam baixas taxas de juros no Brasil, ainda assim você precisa ver se está cumprindo a regra de viver conforme o seu patrimônio.
Não é porque as parcelas “cabem no seu bolso” que você vai sacrificar parte da sua liberdade financeira só para demonstrar status social comprando um carro de luxo, por exemplo.
Se você observar a divisão orçamentária proposta, já existe lá a reserva de 10% todo mês para despesas de longo prazo. Em vez de sair parcelando suas compras, faça os juros trabalharem para você em vez de trabalharem contra.
Em palavras mais simples, junte o dinheiro primeiro e adquira o bem depois.
Além da questão dos juros, isso vai fazer você ter certeza de que realmente quer e precisa daquele bem, ou se está comprando por impulso. Não seja vítima da publicidade ou das facilidades de pagamento.
Resumindo, considere despesas de longo prazo essas que citamos acima, ou outras que tenham juros baixos, mas classifique como dívidas realmente suas compras parceladas, suas dívidas com cartão de crédito e o dinheiro que você pegou emprestado com outros credores.
Retorne para o orçamento padrão
No mês em que você quitar sua última dívida, retorne o seu orçamento para a divisão padrão, que você havia definido antes.
A partir daí, sua meta é nunca mais contrair dívidas, a não ser em casos de extrema necessidade, em situações de vida ou morte.
O inesperado pode acontecer, mas você pode se preparar para ele juntando uma reserva de emergência conforme ensinado no artigo Como juntar dinheiro rápido mesmo ganhando pouco.
Conclusão: como sair das dívidas em 9 passos
Vamos rever, então, os 9 passos para saber como sair das dívidas de maneira inteligente:
- Faça uma adaptação temporária no seu orçamento para destinar o maior percentual possível para o pagamento das dívidas
- Liste suas dívidas, anotando por que você deve, a quem deve, quanto deve e principalmente quanto custam os juros da dívida
- Ordene suas dívidas, da mais cara (com maiores taxas de juros) para a mais barata
- Negocie com cada credor para ver se consegue abatimento na dívida ou desconto na taxa de juros
- Atualize o seu saldo devedor com os descontos e faça uma média ponderada das taxas de juros de todas as suas dívidas
- Procure o seu banco para negociar um empréstimo no valor total da sua dívida, certificando-se que a taxa de juros será menor do que a média ponderada da taxa de juros das suas dívidas separadamente
- Quite sua dívida com todos os credores esparsos, ficando só com a dívida junto ao banco
- Negocie com o banco as parcelas dessa nova dívida, para que sejam debitadas automaticamente da sua conta no dia do pagamento do seu salário, se for o caso
- Coloque em prática estratégias para ganhar mais e gastar menos enquanto paga as suas dívidas
Seguindo esses passos à risca, é praticamente impossível você não conseguir resolver o seu problema com dívidas.
Depois disso, o seu desafio será não contrair novas dívidas.
Para isso, você precisa mudar a sua relação com o dinheiro e a sua mentalidade sobre abundância de recursos financeiros.
Caso você queira dar esse passo adiante e ter ainda mais educação financeira, eu convido você a conhecer o nosso curso de enriquecimento A Classe Alta assistindo a uma aula especial sobre tabus financeiros.
Dicas super didáticas. Gostei!