Se você é uma pessoa “normal” então certamente usa boa parte do seu tempo fazendo coisas que não são o que você realmente deveria estar fazendo. Estou correto? Aposto que você também é ou já foi vítima da procrastinação.
Talvez você esteja lendo este artigo quando deveria estar redigindo algum documento, organizando a sua estação de trabalho, esforçando-se para aprender algo novo que servirá para o seu crescimento profissional ou estudando para alguma prova importante.
Não há como contestar essa afirmação: a imensa maioria das pessoas passa a maior parte do tempo realizando atividades que não são o que elas deveriam estar fazendo.
Eu tenho praticado um exercício fácil para tentar diminuir o meu gasto de tempo com atividades não importantes e vou descrevê-lo aqui para que você também o faça, se desejar.
Os motivos da sua procrastinação
Procrastinar é como usar o cartão de crédito: é bem divertido até que você recebe a fatura. Christopher Parker
É importante entender o motivo pelo qual usamos o nosso tempo para realizar atividades que não são aquelas que deveríamos estar fazendo. E, indo direoto ao ponto, eu acho razoável concluir que nós nos envolvemos com outras tarefas para evitar fazer algo que consideramos desconfortável, chato ou indesejado, ainda que esse algo seja realmente importante e necessário.
E a prova de que esse é um motivo bastante razoável para explicar a nossa procrastinação é o fato de que nós nunca (ou raramente) procrastinamos aquelas atividades prazerosas e que não exigem muito de nós. Não conheço ninguém que tenha dificuldade para comer uma pizza, bater papo com alguém querido ou curtir uma festa. Para coisas assim (e muitas outras, claro, tudo depende dos seus gostos pessoais) estamos sempre prontos.
Eu me impressiono com a nossa capacidade de auto-sabotagem. Não é curioso que, de maneira muito sutil e quase imperceptível, nós nos envolvamos com inúmeras outras atividades mais “prazerosas” apenas para evitar fazer aquilo que devemos fazer? André Valongueiro
Para evitar – ou pelo menos minimizar – que esse processo quase “natural” e “defensivo” de autossabotagem aconteça comigo eu estou fazendo uso de um truque bem esperto para abrir os meus olhos quando eu não estiver fazendo as tarefas que deveria.
Posso falhar fazendo o que estou fazendo agora?
Para identificar se estou fazendo o que deveria estar fazendo eu estou me fazendo a seguinte pergunta repetidas vezes durante o dia: sou capaz de falhar fazendo isso que estou fazendo agora?
Observe que atividades feitas com o objetivo de evitar lidar com algo desconfortável (como a maior parte das suas responsabilidades)não são atividades passíveis de falha. Elas são fáceis, leves e exigem pouco ou nenhum raciocínio mais sofisticado ou profundo.
Observe, por exemplo, as atividades de passar tempo “além da conta” no Facebook, no Twitter, checando a caixa de entrada do seu e-mail a cada curto intervalo de tempo ou navegando livremente na internet. Essas atividades não são passíveis de falha e você pode fazê-las durante o dia inteiro sem desconfortos e com uma remota possibilidade de errar.
Atividades desconfortáveis, chatas e indesejadas, por outro lado, são quase sempre passíveis de falha.
O receio ou medo de falhar é um dos gatilhos para a auto-sabotagem e a procrastinação. André Valongueiro
Se eu estiver fazendo algo que não seja passível de falha eu rapidamente classifico essa atividade como desnecessária – e, até o momento, não errei nenhuma vez nessa classificação – e modifico o meu foco imediatamente. Consegui identificar que as atividades passíveis de falha geralmente são as atividades que nós deveríamos estar fazendo a maior parte do tempo, fato esse que nem sempre – e, para algumas pessoas, quase nunca – acontece.
Por isso, recomendo que você faça a si mesmo, várias vezes por dia, essa “pergunta mágica” capaz de trazê-lo de volta ao seu estado produtivo:
Sou capaz de falhar fazendo isso que estou fazendo agora? Você (Sim, você mesmo!)
O poder de fazer as perguntas certas
Na noite de ontem me peguei navegando sem propósito pelo Facebook e me fiz a pergunta acima. E ao respondê-la com um “não, não sou capaz de falhar navegando aqui no Facebook” eu imediatamente fechei o notebook e comecei a me organizar para dormir.
Dormir mais cedo na noite de ontem me proporcionou acordar bem cedo hoje para realizar um ótimo treino de corrida e preparar esse artigo que você está lendo agora nas primeiras horas do dia. Essas duas atividades são passíveis de falha e exigem de mim grande esforço (uma exige esforço físico e a outra esforço mental), mas elas também me trazem um grande retorno: a melhoria da minha saúde e da minha forma física e a capacidade de ajudar pessoas com as minhas idéias e o meu conteúdo.
Eu espero que você possa tirar algum proveito do poder dessa simples pergunta. Ao respondê-la com sinceridade você será capaz de enxergar a necessidade de modificar o seu foco e isso irá levá-lo à prática de atividades que te façam progredir, se desenvolver e viver uma vida mais significativa, ainda que essas atividades sejam desconfortáveis, chatas e indesejadas.
Desejo o melhor para sua vida!
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Ultima da noite… Tapinha na cara, incluindo a minha!
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Gostei do artigo, a credito que isso é um mal que prejudica muitas pessoas…
eu sou uma delas, vou tentar este método para mudar minha forma de encarar as coisas que realmente deveria estar a fazer.
valeu
Nota 10
Nossaaa, depois desse texto vou fechar meu facebook e vou dormir, é o melhor que faço. Texto sensacional !